domingo, 21 de junho de 2009

As histórias são minha moeda

Cada segundo que vivo fico ainda mais inclinado a pensar que todo ser humano é um universo. Todo ser humano carrega consigo uma infinidade de vivências, sabedorias, sentimentos, angústias e pensamentos, e esse universo que é cada ser humano pode ser expresso por palavras através das histórias. As histórias estão a quem da cor, religião, língua, etnia, fronteiras geográficas ou idade de quem a conta, pois toda história por si é única, rica e mística.

As histórias têm o poder de transformar as letras em palavras que sozinhas são meros símbolos que nos contam muito pouco, mas que ao serem usadas para tecer uma história ganham vida numa dança quase que mágica despertando todo tipo de sentimento tanto em quem escuta como em quem conta. Sentimentos que vão desde medo até alegria, de angústia a satisfação e porque não nos leva a sentir um enorme prazer/satisfação.

A história possui grande força intrínseca e é um “bem” que todos os seres humanos podem ter (já que o dinheiro, a comida, a educação, entre outros nem sempre são alcançados por grande parte das pessoas), e ainda tem a peculiaridade de sempre ser valiosa não importando se quem a contou foi um caboclo, advogado, ministro, ribeirinho, criança, mulher ou homem. Além disso, ao contarmos uma história não diminuímos a quantidade de histórias a serem contadas, muito pelo contrário, pois cada momento vivido é uma nova semente de história, sendo assim a história é um “bem” que só aumenta não importando a quantidade de vez que a conte. Eu não vejo forma de riqueza melhor, já que o acumulo dessa riqueza por alguém não deprecia a riqueza de ninguém. Então, porque não utilizamos as histórias contadas como forma de medir a riqueza de cada um? Porque não medimos o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) através de quantas histórias são contadas per capita por ano?

E você contou quantas histórias no último ano? No último mês? Hoje?

Quanto tempo faz que não escuta uma história de alguém, um amigo, um vizinho ou mesmo o passageiro que divide assento contigo no ônibus na volta pra casa?

A partir de agora as histórias são minha moeda. E por falar nisso quando iremos nos encontrar para que eu possa te dar um pouco de minha riqueza e receber um pouco da sua?

Ilha de Maracá, Amajarí-RR 21 de junho de 2009

José Wagner Ribeiro Jr - Xuleta